subi no ônibus com todo o peso de costume. encontrado o lugar, pensei que, na vida, seria bom que também tivéssemos um número.
[Fernanda]
PALAVRAS. AVULSAS OU NÃO, ELAS SEMPRE DIZEM. EU SOU A FAVOR DELAS E, POR ISSO, ESCREVO.
Pobre menininha dos olhos rasgados pousados no céu
Tem um blues zunido de abelha,
uma gaita imaginária e
uma lágrima de luz que toca sua orelha
Um assobio lá longe que te acompanha
Num tom de sabiá da cor da laranjeira
A paz do tamanho do céu inteiro
Há flores do campo em suas mãos
Colhidas por ele.
ela tem cheiro de baunilha gravado no travesseiro.
Pobre menininha dos olhos rasgados pousados no céu,
que as mãos no teu peito agarra a vontade,
que a voz sem jeito canta saudade
lembrando vinicius, seu poeta, sua metade.
[Fernanda]