sábado, 17 de junho de 2017

Esse é um blog de coisinhas curtas. Eu, apesar de apaixonada por crônicas, deixo esse espaço para aqueles trechos que me tomam e que me fazem algum sentido na vida.

Pero que, apenas hoje, eu decidi vandalizar, como diz minha querida amiga Bia, carioca das melhores expressões.
Estava eu aqui, cheia de tarefas que obstinadamente procrastinei. Como boa procrastinadora que sou, decidi lavar os cabelos, tratá-los com uma boa mousse e assistir vídeos no youtube enquanto os secava, porque, afinal, eu quero o prazer para agora e já.

E aí que, passadas 2 horas e 12 minutos de procrastinação assumida, eu decidi que era hora de ligar o note e fichar aqueles 3 artigos que eu tenho que ler pra ontem, mas meu cérebro insiste que não, pelo amor de Deus, não. Eu quero o prazer agora e já. Eu já disse isso, mas meu cérebro tem TOC de repetição e prazer. Segui obstinada, ruminando no quadradinho, como Taína, minha amiga geminiana coração de ferro, gosta de me ilustrar ou ilustrar meu signo, que, no final das contas, é a mesma coisa.

Pois pois. Sentei aqui. E adivinhem? Estou escrevendo no blog ao invés de me concentrar nos fichamentos de meu Deus. E tudo isso porque escrever pra mim, assim, sem motivo, aviso prévio, prazo, escola, professor, nota, é um prazer que vai juntinho com a boa comida e séries da Netflix.

Eu me dei conta, cá com os meus botões, que eu escrevo desde sempre e que isso me sustentou e me levantou até no meio de uma crise de ansiedade punk que tive com 19 anos na faculdade, o que não foi pouca coisa. E eu comecei a escrever um romance banca de jornal no melhor estilo Julia, Sabrina e afins. Um romance que havia começado nos meus 14 anos e que, com 19, achava que podia amadurecer a personagem. Ilusion, com 19 eu ainda tinha 14.

Eu não terminei o livro e ele chegou a ter 170 páginas na A5. Um orgulho. Possivelmente, é muito ruim. Mas o que eu quero dizer é que o importante foi que aquele livro, escrever e mergulhar naquele mundo paralelo, me salvou de muitas formas. E eu sou grata pra sempre pelo meu "Jardim Secreto" inacabado.

Tudo isso pra dizer que eu amo escrever, me emocionar, apagar, não publicar, publicar. E me dei conta que eu sou isso aí, que da próxima vez que me perguntarem qual é minha profissão no cadastro do plano de saúde eu vou dizer que sou uma escritora desconhecida travestida em acadêmica. Ou melhor, vou dizer que sou escritora e ponto. Que esse negócio de acadêmico hoje em dia tá muito fora de moda. Agora, se tem uma coisa que é sempre bacana é ser escritor. É isso aí - vou vandalizar, vou avacalhar - meu nome é Fernanda e eu sou escritora.

Fernanda