domingo, 17 de abril de 2011

28 de julho de 1996

[foi o dia que eu aprendi a andar de bicicleta].
uma criança de doze anos de idade, tão pequena quanto se pode ser, sobre aquele aparato maravilhoso da invenção humana: a bicicleta.
a minha era do meu pai: grande, pesada, de ferro. Se eu pudesse ultrapassar a misteriosa lei do equilíbrio daquela massa gigantesca eu poderia pilotar qualquer outra.
e ela (essa mesma) foi a minha companheira de tardes nos terrenos irregulares da chácara. foi uma moto e foi um cavalo galopante.
talvez por isso, aquela pequena criatura de doze anos, gravasse na memória o dia, o mês, o ano daquele fabuloso andar [ eu e ela: um bicho de duas rodas].
minha primeira bicicleta de verdade foi do meu pai.
a minha segunda foi do meu irmão.
a minha terceira foi do meu irmão.
e a minha quarta é minha mesmo.
eu ando sobre ela na minha deliciosa cidade plana e ainda penso nesse mistério e, às vezes, ainda sou aquela pequena de doze anos sobre um cavalo galopante.

[Fernanda]

* foto retirada do blog da Maria Filó, e que, na verdade, foi o gatilho dessa lembrança boa.