domingo, 11 de abril de 2010

eu, o vagalume e a gaita.

ela foi minha companheira durante a noite.
ela e ele.
eu puxava o ar de dentro dela
e deixava livre todos os meus suspiros.
e o que era saudade, amor,
ela transformava, decodificava naquele solitário som que invadia o quarto escuro.
ele, meu companheiro de sempre: o vagalume do meu quarto, do quarto do meu irmão, da cozinha;
ele sempre lá.
e agora, ele fluorescia mais ao som de minha nova companheira não imaginária.
estávamos os três, tão unidos em algo invisível, tão amantes e queridos que,
novamente, eu acendi a luz, peguei minha máquina de escrever,
bebi o café com espuma de minha mãe
e vim aqui deixar a febre do dia.
um dia de amizade: eu, o vagalume e a gaita.
[Fernanda]