sábado, 20 de dezembro de 2008

Abraço de mãe, cheiro de café, pão e manteiga


Acordei quando deu uma hora da tarde. Não havia despertador. Não havia ruídos.
O corpo decidiu pela exatidão da uma hora da tarde. Naquele suspiro prolongado, entre o pensar e agir, senti então o cheiro de café, pão e manteiga. Lembrei da reportagem de neurociências que dizia que tínhamos que acordar com cheiros diferentes de vez em quando para estimular o cérebro. Sugeriam cheiro de baunilha. Se dependesse dessa constatação interessante, meu cérebro poderia ser chamado de sedentário pelos cérebros malhados. Mas eu, com toda certeza, ia preferir cheiro de café, pão e manteiga sempre. Mas era uma da tarde. Por que o cheiro? Olhei meu relógio de pulso (que já forma um só com o meu pulso) e vi que nesse lenga-lenga já tinham se passado 3 minutos. Engoli em seco (isso é quase um ritual do acordar). Decidi me arrastar da cama, abri a porta do quarto e aquela luz forte do sol me bateu de cheio. Nada melhor, pra quem sofre de enxaqueca, receber essa saudação do sol (como diria uma amiga da yoga). Não, não passei no banheiro e não lavei o rosto. Uma hora da tarde: cheiro de café, pão e manteiga? Dei aquele abraço por trás, gostoso como poucas coisas:
oi bebê...achei que já tava na hora de acordar.
aham
(odeio falar quando acordo) .
dormiu q horas?
umas três...por que fez café agora? Tem alguém aí?
[Sorriso] Sei q vc odeia ser acordada, mas jah são mais de uma hora...
Sei...Cheiro de café, pão e manteiga?
Essa história "matinal" me fez lembrar do amor e do cuidado. E também que certas coisas são pra sempre especiais como o abraço de mãe, o cheiro de café, pão e manteiga.
[Fernanda]

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