domingo, 7 de dezembro de 2008

Desejos para uma vida além


Diziam-me dela:
vai ser o que quiser na vida.
é que os ditadores dessas fábulas
também tolheram-na. Estranho.

Escolha uma caixa então, ele a disse.
A caixa metálica cabia meia dúzia de sonhos inoxidáveis.
Ela olhou para mim, naquele gesto de quem duvida do mundo,
Deu um sorriso lento, num olhar queimado de quem já não sabe sofrer,
Ou sentir, ou reagir.
Olhou para caixa, olhou para mim.
Seis sonhos inoxidáveis, Amelie. Escolha o que quiser.

Naquele olhar vago, preso na gravura da caixinha,
Enquanto seus dedos a tocavam longe de estarem ali.
Amelie?

Na varanda da casa de madeira: uma rede,
um menino de cabelos cacheados,
cheiro de café, pão e manteiga,
livros, e que não me falte o cheiro dele, e ele.
[Fernanda]

Um comentário:

Darla disse...

Tornou palavras o sonho simples de todos...sobretudo o meu!
Que perfeição!